terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Goodwood Revival Meeting 2011 Mercedes 220S





 “The Lisbon to Goodwood Operation”
Diário de bordo em Technicolor duma ida a Goodwood "camuflados" à Berlim Oriental/anos 60
Alguns dos nossos disfarces
PREÂMBULO
Little old me

Ir ao Goodwood Revival é literalmente viajar numa cápsula do tempo, enquanto nos sentimos figurantes dum gigantesco filme de Steven Spielberg…   


Um autêntico Carnaval, ou Baile de Máscaras evocativo da estética dum certo "Wartime and Post-War Nostalgia"...

Wartime nostalgia
at the Goodwood Airfield
Uma dona de casa dos "fifties " nas compras
no Goodwood Revival...



O meu Bristol 403
A minha primeira presença no Goodwood Revival foi em 2010, ao regressar do Bristols to Bristol Run, ao volante do meu Bristol 403. 

O Bristol Owners Club, na comemoração do centenário da marca em Bristol, ofereceu aos sócios participantes no Bristols to Bristol Run um bilhete para Goodwood Revival no domingo. Por analogia com a mais antiga corrida do Mundo, o London to Brighton Run , eu entendi "glosar" um nome tão sugestivo, e rabaptizei a minha ida de "Lisbon to Bristol Run"...
Eu já tinha tido o privilégio de ir presenciar a London to Brighton Run em 2007.


No ano anterior (2010),  fui a rolar no meu Bristol 403 de 1954 ao "Le Mans Classic" em Julho.
 Logo a seguir, em Setembro de 2010, "mais uma corrida-mais uma viagem":
desta vez a Bristol ao centenário da marca Bristol
 (Bristols to Bristol Run).
No regresso, visitei pela primeira vez o Goodwood Revival Meeting.
Este carrinho e eu já fomos muito felizes os dois juntos...
Em 2010 meu Bristol 403 ainda com 
matricula inglesa, no parque privativo 
do Bristol Owners Club em Goodwood., 
por detrás  duns stands de roupas antigas, 
telescópios e velharias de vária espécie
O meu amigo Mário em 2010 comigo em 
Bristol nas comemorações do centenário 
da marca, durante o concurso de elegância 
e restauro do Bristol Owners Club na Filton 
Airbase aonde a Bristol construíu e testou 
aviões desde 1910 , incluíndo mais recentemente 
o Airbus e o Concorde. 
http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM
Em Goodwood 2010: no parque do Bristol Owners Club, por detrás de barracas de expositores.
Ao fundo algumas diversões antigas, e em primeiro plano, as típicas mesas e cadeiras de pic-nic.

   
Há muitos anos que eu lia artigos e anúncios nas revistas inglesas de clássicos com inúmeras referências elogiosas ao Goodwood Revival. Mas ao ir lá pela primeira vez, fui acometido subitamente por um surto do “Síndrome de Voltar a Goodwood P’ró Ano”… 

Este "cheirinho" de Goodwood aguçou-me o apetite.




Vamos então agora para 2011, 
e à Lisbon to Goodwood "Cavalcade".

Goodwood Revival é um festival que decorre durante três dias: sexta, sábado e domingo. 
 

Realizado anualmente em Setembro, celebra e recria as corridas de carros e motos que se realizaram entre 1948 e 1966 no Goodwood Motor Racing Circuit, antiga base aérea durante a 2ª Guerra Mundial,um pouco como na Granja do Marquês em Sintra, que é uma base aérea onde se praticaram corridas de automóveis nos anos 60. Com todo o tipo de clássicos desportivos, desde Fórmula Um, passando pelos Protótipos, Grande Turismo, Motos, etc., etc., durante todos os três dias no Circuito de Goodwood decorrem provas de velocidade em pista, organizadas para vários tipos de veículos clássicos desportivos, em competição a sério, a doer, com aparatosos despistes,desastres e tudo  … Pode acontecer a aparatosa colisão dum glorioso AC Cobra contra uma barreira lateral...

Participam, entre outros,  no Goodwood Revival antigos pilotos consagrados como Sir Stirling Moss, John Surtees, Sir Jack Brabham, Phil Hill, Derek Bell, David Coulthard, Damon Hill, Gerhard Berger, Bobby Rahal, Johnny Herbert, Wayne Gardner, Giacomo Agostini, Rowan Atkinson (mais conhecido como Mr. Bean).     Mr. Bean deu um espectáculo!...


Em Goodwood é mesmo "a doer". Aqui, um piloto de Fórmula 1 "learning how to fly"...




Rowan Atkinson (Mr. Bean) a "esfarrapar" no seu Jaguar MK VII
Rowan Atkinson (Mr. Bean) a posar.. Ou será Johny English?


Mr. Bean (in person) em plena competição conduzindo por meio de "controles remotos", numa corrida de "Mines"...
,
  Simultaneamente, aviões da segunda guerra descolam e voam por cima de Goodwood: caças Spitfires em formação, bombardeiros Lancaster, etc..
Aqui, mais "aviões" de Goodwood
Aqui um piloto de "aviões"..
Bombardeiro Lancaster, escoltado por 2 caças Spitfire.
O tema "AVIÕES" é muito apreciado em Goodwood
Spitfire a desfilar antes da descolagem
Eis mais um feliz pilôto de "aviões"
Spitfires após a descolagem.

Spitfires em formação, mas sem o "Major Alvega"














Tropa "fandanga"
 A maior parte das pessoas vai vestida à anos 60, anos 50, anos 40. Muitos vão fardados com uniformes da Segunda Guerra, e elas de enfermeiras, e assim. Vêem-se pelotões da segunda guerra a marchar. Uma autêntica alucinação…
Marilyn Monroe animando as tropas
GI in action...
...a voar baixinho...
Centro de transmissões da 2ª Guerra em actividade.
A maior parte das pessoas vai vestida à anos 60, anos 50, anos 40, mas muitos vão fardados com uniformes da Segunda Guerra, e elas de enfermeiras ou militares. Vêem-se pelotões da segunda guerra a marchar. Uma autêntica alucinação…
Soldadinhas bem simpáticas

"Mine"-saias...
Alguns trajes típicos em Goodwood, no Classic Carpark
Desde pequena que a minha filha, agora com 40 anos manifestava o desejo de que eu a levasse comigo aos eventos de clássicos em que eu costumava participar no estrangeiro. Goodwood Revival pareceu-me ser o evento apropriado para ir com a família. No entanto, as reservas têm de ser feitas no mínimo com um ano de antecedência, sob pena de não se conseguir arranjar alojamento ou bilhetes de entrada. 



Assim, combinei com a minha filha e o meu genro para virem com o meu neto de 8 anos participar nesta odisseia. Para o efeito, o meu neto Guilherme perdeu os seus primeiros dias de aulas.


A minha filha Teresa e o meu genro João




O meu neto Guilherme agarrado ao meu Alvis Speed Twenty de 1934.
Felizmente gosta quase tanto de clássicos como eu

 
Dentre os meus clássicos, o mais apropriado para uma viagem desta natureza seria o Mercedes 220S (rabo de peixe) de 1960. Conforto, muito espaço e fiabilidade tornaram óbvia a escolha. Para tal, o carro começou a ser preparado com mais de seis meses de antecedência. Era necessário reparar os carburadores que tinham folga, substituir todos os tubos de borracha, reparar travões, condutas de todo o tipo, calafetar devidamente entradas de calor por baixo do tablier, afinar bem todo o circuito da chauffage e suas torneiras e condutas de ar frio, verificar motor, compressão, desgastes, rolamentos, casquilhos, enchimento dos estofo, recarregar extintores, montar fichas triplas de isqueiro por debaixo do tablier, etc. enfim: sem preocupações de por o carro em estado de concurso, pô-lo em condições de fazer a viagem sem medo de alguma peça fulcral poder atingir o limite do prazo de validade durante a viagem.  
O meu "Grosser Mercedes" em todo o seu esplendor e glória,  aqui sem qualquer tipo de "maquillage"...

Eu na Coupe des Alpes em 2002

 Este carrinho e eu já fomos muito felizes os dois.





Em 2002 participámos na Coupe des Alpes.
Nas 500 Milhas ACP, "pressing hard"





 Mais recentemente, participámos nas 500 Milhas ACP, mas antes de eu ter adquirido o carro, já o anterior dono (João Carlos Torres) tinha levado o carro a participar no Rally de Monte Carlo.



Entreguei toda a reserva de hotéis, obtenção de bilhetes e passagens no ferry Santander-Portsmouth da Britanny Ferries a uma agência de viagens, a PTeam através da Dulce Justo, que me tratou de tudo de acordo com as minhas instruções.


O meu amigo Mário Bandeira da Palma, que me acompanhara em Setembro de 2010 ao Lisbon to Bristol Run, ajudou-me a preparar toda a tralha relativa a toda uma panóplia de ferramentas e peças sobressalentes, que foi toda acondicionada numa grande caixa de plástico no porta bagagens, por debaixo das bagagens..
"Kraut" (couve) é uma comida típicamente alemã ( Sauerkraut=couve azêda). Durantea 2ª Guerra os ingleses chamavam depreciativamente"Kraut" oos alemães. No pós-guerra, nas provas automobilisticas, se um carro alemão vencia um inglês, eles designavam-no de "bloody krautcar!!!"...
Filme a NÃO PERDER!!!
O tema escolhido foi parodiar a extinta Republica Democrática Alemã (RDA=DDR), evocando o filme "Goodbye Lenin" .

A "9IMAGEM" ,uma empresa de “lettering” (tlm.936883785) fez todos os dizeres, desenhos e decalcomanias que eu mandei fazer, prontamente e a muito bom preço. Não só o fizeram, como se prontificaram a aplicá-los no carro, muito bem alinhados e centrados, pois eles fazem a aplicação duma forma profissional, evitando que as colagens possam ficar tortas. Os meus agradecimentos ao dono, Pedro Rolão, bem como aos simpáticos funcionários.
E aqui temos o "Berliner grauer Mauer" (muro de Berlim cinzento), pronto para a troca espiões no Checkpoint Charlie, ou até para transladar meia-dúzia de cadáveres dentro da gigantesca mala, entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental...
Finalmente na quarta-feira, dia 8 de Setembro tinha o carro pronto para a grande viagem.
Sábado, 10 de Setembro de 2011
Parti sozinho de Lisboa calmamente antes de almoço, direito ao Porto onde fui ficar a casa de uma das minhas irmãs, que vive na Foz. Combinei apanhar a minha filha, genro e neto no dia seguinte, perto de Braga onde vivem.
Fui pela A8, um pouco mais longe do que pela A1, mas uma viagem mais agradável, e fui almoçar calmamente a S. Martinho do Porto, um dos meus locais preferidos.
O "Morcêgo" com a "pintura de guerra", numa área de serviço da A-8.

Desta vez não almocei no restaurante A Casa, mas sim no Royal Marina. 
Ao arrancar depois de almoço, o carro começou-me a falhar. Não tinha a certeza se era carburador ou parte eléctrica. Eu tinha pedido ao mecânico que me preparara o carro para me substituir platinado e condensador, bem como levar um jogo de reserva. Ora nem uma coisa nem outra, pois segundo ele “os platinados estavam bons”…
Telefonei-lhe, e voltei para trás. Estivemos toda a tarde a tentar resolver o problema. 
O mecânico Paulinho, de volta do distribuidor
Era sábado à tarde, tudo fechado, e foi impossível obter platinados e condensador para o carro. 

A solução foi substituir o distribuidor por um outro electrónico que ele por acaso tinha para um Mercedes igual. 
Paulinho colocando o novo distribuidor

Só que não havia bobine apropriada, e a existente corria o risco de vir a queimar. 
A excisão provisória de alguns órgãos intestinos e do sistema nervoso central do "Morcêgo"

Aqui o novo distruibuidor electrónico, que veio substituir o antigo.

Levei 2 bobines normais de reserva. Felizmente, nenhuma se revelou necessária: a bobine inicial aguentou a viagem toda.
Os meus sobrinhos Pedro e Inêz à chegada ao Porto
 Acabei por partir de Lisboa já de noite. Cheguei à Foz do Douro pela uma da manhã. Os meus sobrinhos Pedro e Inês fizeram questão de vir ver o “Grosser Mercedes” com as “pinturas de guerra”.
Domingo, 11 de Setembro de 2011
Logo de manhã pelas 08:30 fui ver o óleo, e o nível estava abaixo de meio… E eu só levara uma lata de galão de óleo Castrol Classic. 
Na garagem da minha irmã na Foz, com o "precioso fluido" numa primeira manifestação de "carência efectiva".


Um amigo convencera-me a deixar a segunda lata em casa, para não sobrecarregar o carro… Comecei a tentar saber onde conseguiria arranjar óleo igual em Inglaterra durante o trajecto.
Preocupado não fosse a bobine queimar, pedi uma bobine apropriada ao Sr. António Sousa de Vila Nova de Famalicão, mecânico do Engº José Artur Campos Costa (detentor duma FABULOSA colecção de clássicos), e que eu conhecia de outras lides com outros clássicos. Ele prontamente se disponibilizou para me emprestar duas bobines, que eu levei de reserva. Só tive de me encontrar com ele no caminho entre Porto e Braga, para ele mas entregar em mão.
Apanhei a minha filha, genro e neto depois de almoço.
À porta da Quinta do Carvalhinho, em Encourados (entra Braga e Barcelos). Aqui com a outra Teresa, mãe do João.

 

O Guilherme "barricado" por detrás duma parafernália de adereços com que nos viemos a "camuflar" como"Osties" =(berlinenses de Leste)

Carregámos o carro, o porta-bagagens repleto, e lá seguimos viagem com o carro a abarrotar, ajoujado, para além das malas com as roupas, computador portátil, máquina fotográfica e câmara de vídeo, GPS, extintores, uma bengala/banco (que se veio a revelar imprescindível em Goodwood), até levei uma mesa de pic-nic desmontável com bancos acoplados, cesto com loiças copos e talheres e todos os apetrechos, chapéu de sol, imensos enlatados variados, garrafas de águas minerais de Penacova (Pé na Cova) e Água das Pedras e tudo. As águas no estrangeiro são caras e de má qualidade, pelo que recomendo sempre carregar uma quantidade generosa de garrafas pequenas de água, pois são mais práticas de utilizar no carro do que as de litro e meio. Uma profusão de bolachas cream cracker e Tuc, frascos de mayonaise com atum para fazer sandwiches, muitos enlatados, corned beef, sardinhas, atum, enfim, mais parecia uma nau de partida para a descoberta do caminho marítimo para a Índia…

A melhor estufa para manter os enlatados quentinhos. Debaixo do "capôn", mesmo ao "relantin", é melhor do que a "salfagem" do cockpit..( Esta terminologia consta do meu "Léxico do Mecânico que se Preza", ainda no prelo).
Há que ser criativo, e para aquecer as latas de jardineira, feijoada da Nobre, ou sopas Campbell de tomate e Baxter de cebola, ou os frascos de salsichas Bockwurst, nada melhor do que um saco de pano daqueles antigos para o pão, amarrado ao filtro de ar dentro do compartimento do motor, junto aos colectores de escape, para ao fim de alguns kms de viagem, a refeição está quentinha, dispensando o Camping Gaz ou o micro-ondas, e pronta a ser servida… Assim, jantamos a meio de Espanha, numa área de serviço na região de Leon.
Aqui estamos "repastelados" depois de um "ovíparo" repasto.
Depois de jantar, ao fim de alguns kms, noite cerrada, estávamos já na região de Burgos, e subitamente o meu neto começa a queixar-se de dores de barriga e cólicas, que se estavam a tornar em diarreia.
Por esta altura, o fantasma de termos a viagem terminada, e um regresso de urgência pairava nas nossas mentes.
Eu tinha levado pelo seguro uma parafernália de remédios. Ultra Levure e Imodium foram providenciais, acrescidos dum telefonema para um cunhado meu médico: Dr. João Leal de Faria, que prontamente nos deu todas as indicações do mais correcto procedimento.
Deste modo o fantasma da viagem abortada foi exorcizado, e já de noite chegámos ao Hotel Abba em Santander junto ao porto, antecipadamente reservado e pago.
Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011
Aproveitámos a manhã para deambular pela baixa de Santander, fazer algumas compras: botas para a minha filha, bisnagas de leite condensado que não há cá para o miúdo, e outras inutilidades… 
Na baixa de Santander. Aqui o Guilherme com um ataque de vergonha de ser fotografado.

Após acrescentar mais óleo no cárter, já só sobrava ¼ da lata, e a vareta indicava o nível a ¾ , o que era pouco tranquilizador.
Já na fila de embarque, ajoujado com o peso da bagagem. A paisagem aqui lembra a outra banda vista do lado de Belém.

O ferry partia às 3 horas locais, 1 hora mais tarde que Portugal e Inglaterra, o que pode gerar alguma confusão. As horas a bordo são as de Inglaterra. As instruções para o embarque mandam-nos estar com 45 minutos de antecedência, e nós assim o fizemos, após uma ligeira refeição numa esplanada perto do cais, e de atestar devidamente o depósito, pois a gasolina é substancialmente mais barata em Espanha do que em Inglaterra.  
Ei-lo todo pimpão, ombreando com os maiores.

Uma vez o carro devidamente arrumado no porão do ferry, havia que retirar as malas, bagagem, algumas águas e enlatados rapidamente, e subir para a cabine. A travessia dura 24 horas. 
Para entrar num camarote tão pequeno, era preciso cortar as unhas.

Duas camas e dois beliches, um espaço exíguo, mas suficiente, uma casa de banho mínima, mas no fundo confortável, e com o essencial. O barco é enorme, tem 10 andares, várias lojas, restaurantes, auditório de espectáculos, etc.

Zarpando de Santander
Lá zarpámos à hora, e pouco depois da partida, começamos logo a apanhar mar alteroso. Enjoámos todos… Comprimidos para o enjoo oferecidos pela tripulação, e permanecemos deitados a maior parte do primeiro dia. 
A vigia do nosso camarote

À noite havia um espectáculo musical dum trio feminino que imitavam as Andrews Sisters, mas o enjoo impediu-me de ir assistir.
Terça-feira, 13 de Setembro de 2011
o Guilherme estava encantado com a viagem

Logo de manhã, já com o mar mais calmo, fui tomar o pequeno-almoço. Encontrei a bordo um simpático casal luso-inglês que eu conhecera na viagem de regresso com o Bristol no ano anterior: Fernando e Jenniffer Nogueira, que vivem em Inglaterra, na zona de Goodwood, e vêm Portugal muitas vezes ao volante do seu Jeep Discovery. Ele fora colaborador de Américo Amorim, pelo que sendo eu produtor de cortiça, tivemos muito assunto de conversa. 
O nosso carrinho no porão do ferry

Pelo meio-dia desembarcámos em Portsmouth, e após uma série de buscas infrutíferas para encontrar óleo para o carro, rumámos à zona de Beaulieu (os ingleses pronunciam “Bíu-lí”), onde no fim-de-semana anterior acabara de decorrer o celebérrimo Beaulieu Autojumble. 
Redundância: o Mercedes na Mercedes de Portsmouth
Nas nossas procuras, foi-nos indicada a Mercedes-Benz Portsmouth, pois eram eles os agentes da Castrol. Só que Castrol Classic Oil é que não tinham. Este óleo não é compatível com os óleos modernos, não se podendo misturar os dois tipos de óleo. Os óleos modernos têm uma série de aditivos e detergentes passíveis de reagir com as peças antigas em bronze, cujas ligas contêm fósforo, sendo corroídas pelos óleos modernos.
Comendo pizzas num banco de rua
Acabei por desistir, e a caminho de Beaulieu passámos por um pequena vila piscatória Heathe Marina Village, perto de Totton, onde almoçámos tarde e más horas umas gurdurosas pizzas compradas no único estabelecimento de comida aberto a meio da tarde, uma pizzeria take away, tendo de comer sentados num banco da rua…
Leyland Countryhouse
Eu reservara prèviamente 2 quartos duplos num Bed & Breakfast perto do ,  o melhor museu de automóveis clássicos que eu conheço. A reserva fora feita na Lyndhurst Farmhouse , mas eu fiz confusão de nomes com a Leyland Countryhouse. Lá chegados ao local que eu conhecia ( a Leyland Countryhouse ), apesar das luzes estarem acesas, e vermos a mesa posta para o pequeno almoço do dia seguinte, ninguém atendia a campainha nem abria a porta, ou atendia o telefone.
Esperámos cerca de uma hora entre as 19:00 e as 20:00, aproveitando para focar os faróis com fita isoladora, apontando-os contra uma parede, e cobrindo o foco dos médios assimétricos, de modo a não encandearem o trânsito oposto britânico em sentido contrário pela esquerda.
Lyndhurst Village
A vista de Lyndhurst Farmhouse
Após várias tentativas de telefonemas, acabei por concluir que a nossa reserva era na Lyndhurst Farmhouse e não na Leyland Countryhouse, onde ficara no ano anterior com o Bristol e o meu amigo Mário Bandeira da Palma. Ao contrário da Leyland Countryhouse que fica a 1 km do Beaulieu National Motor Museum , a Lyndhurst Farmhouse fica mais longe: a cerca de 11 kms do Beaulieu National Motor Museum. A dona é uma “rapariga” muito simpática (um pouco mais nova do que eu…), segundo disse com antepassados portugueses, cheia de filhos, que nos recebeu duma forma muito hospitaleira.
Lyndhurst Farmhouse


Mas o caminho passava pela povoação de Beaulieu , mas antes de Beulieau existe um stand de clássicos, que mesmo fechado, não resistimos a espreitar.
Um voluptuoso Jaguar XK150 preto, igualzinho ao meu, mais uns brinquedos "very collectable".
Mais um MGA 1600 Roadster "bermêilho", igualzinho ao meu, e um imponente MG WA Tourer de 1936, que quase(...) rivaliza com o meu Alvis.


A povoação de Lyndhurst
A vista da janela do meu quarto..
A simpática sala dos pequenos almoços
De manhã levantámo-nos, o tempo estava excelente, e fomos tomar o pequeno almoço. Depois liguei o computador para tentar encontrar revendedores de óleo Castrol Classic perto de nós. A dona fez questão de fotografar o nosso carro e a nós, e ao aperceber-se   da minha dificuldade em obter óleo para o carro, efectuou uns telefonemas, descobrindo-me um fornecedor do Castrol Classic Oil W-20/50 a cerca de 20 kms do local.
Ela assistira aos meus telefonemas para a Holden Classics, a quem eu encomendara duas latas de galão do óleo que eu queria, mas que só seria levado para Goodwood na sexta-feira, depois de previamente pago através do número do meu cartão de crédito, o que eu fiz de imediato. Até lá, a Holden Classics estava atarefadíssima na preparação do stand em Goodwood, e não tinha disponibilidade de me fazer chegar o óleo a outro lado que eu indicasse.
Finalmente fomos para Beaulieu, onde tivemos programa para o dia todo, (clicar aqui para ver o museu a abadia no Youtube)

No estaciona,emto de Beaulieu já se viam alguns "putativos" clientes de Goodwood. Aqui dois Austin-Healey suíços, e um Riley Roadster inglês. Mais ao fundo uma vulgar "Porschenêta" moderna: um mero "electrodoméstico... (MGBGT?)

Decidi ir com eles visitar primeiro o magnífico palácio de Lord Montagu, o dono e filho do fundador do museu, e das terras todas à volta. Isto significa todo o parque natural de New Forrest, incluindo as povoações como Beaulieu e outras...
O Palácio de Lord Montagu
A entrada para a parte do palácio acessível ao público. Lord Montagu vive com a família na parte maior do palácio.
Aqui o Guilherme a "cumprimentar" um pequenino cãozinho...


 Para além do palácio e do museu, existem também umas ruínas, que são o pouco que restou duma enorme abadia cisterciense que foi arrasada nas perseguições aos católicos feitas pelos protestantes.
Apenas este pequeno edifício sobrou da imponente abadia. Tratava-se do refeitório dos monges.





 
Planta da antiga abadia hoje demolida. A negro as paredes que são hoje visíveis. O edifício que se pode ver na foto acima é apenas a parte a negro em baixo à esquerda. Tratava-se do refeitório ou da enfermaria (?)


Viaturas do Top Gear, do James Bond 007, simuladores de pilotagem de automóveis de todo o tipo, um comboio monorail que atravessa todos o jardins do museu e do palácio do Lord Montagu (o dono), por dentro e fora do museu, enfim, um deslumbramento. 

Clique aqui, e veja a exposição "James Bond 007 in Motion" em Bealieu

Veja aqui Top Gear

A abadia cisterciense foi mandada destruir por Henrique VIII na perseguição sanguinária aos católicos pelos protestantes (eles só falam da Inquisição, mas esquecem as barbaridades que cometeram).
Pode visitar aqui a Abadia e o Palácio
A visita ao palácio, impressiona pela qualidade e estilo do mobiliário e da decoração.
A escadaria impressiona logo à entrada.

 
No patamar, um magnífico vitral dá logo um ambiente duma certa solenidade.


Um clavicórdio
Outra sala com piano.
Sala de banquetes.

Casa de jantar.
 
E a cozinha, bem ao estilo "Downton Abbey"...


A enorme profusão de automóveis expostos, vai desde os primórdios do automobilismo até aos anos da década de 1960. O Bluebird, o Golden Arrow, o Sunbeam, enfim, os carros que bateram recordes de velocidade terrestre ao longo das várias décadas do séc. XX, carros que só se vêem nos filmes ou em revistas. 

O contraste entre este Raceabout Boat-Tail em madeira dos anos 10, com os clássicos desportivos dos anos 50 ao fundo


Os dois Sunbeam que bateram o record mundial de velocidade terrestre em primeiro plano, atrás deste alegre grupo.

 
O Golden Arrow e o Bluebird... Enfim, pequenos utilitários, do mais trivial que pode haver...

Rolls-Royce, Bentley, Aston Martin, Lagonda, Bugatti, Délahayé, Délage, Hotchchkiss, Ítala, De Dion Bouton, Armstrong-Siddeley, Rover, Facel-Vega, Tatra, Trabant, motos antigas das mais variadas, com todo o tipo de side-car, enfim, uma loucura para quem como nós gosta e aprecia automóveis. 

Itala foi o antecessor da Fiat.

Palavras para quê? "Uma" Bugatti, pois era assim que se dizia na época.

Livraria e loja de todo o tipo de material relacionado com o tema, com gravatas, livros, miniaturas, etc.
No self-service Brabazon, um curioso reclame dos sixties ou fifties.
Como eu já visitara Beaulieu mais de três vezes, deixei a minha família lá depois de almoçarmos no restaurante do museu, o Brabazon (caro e mauzote), enquanto fui comprar o óleo Castrol Classic a mais de 20 kms de distância, na zona de Milton Keynes. 
No caminho fiquei retido por uma tranquila manada de vacas, que calmamente ia saboreando a verdura da berma da estrada...

Até saí do carro para fotografar este "enxame" de animais "irrequietos"... Pelo menos, não vinham fora de mão.       (Lembro que éstávamos em Inglaterra, e lá guia-se "fora de mão)

Voltei já pela hora do museu fechar, pelas cinco horas.. Como já tinha duas latas de galão já pagas à minha espera em Goodwood no stand da Holden Classics, comprei aqui apenas um lata de galão (5 litros), acabando por decidir não fazer tiradas muito longas. Para uma criança de 8 anos tornava-se muito massacrante fazer grandes tiradas de carro. Tinha pensado ir a Gaydon, ao British Motor Heritage Centre, um museu perto de Birmingham, a cerca de 200 kms de distancia, onde estão expostos muitos dos MG’s que bateram o recorde de velocidade, o Rover a jacto, uma série de carros dos anos 40, 50 e 60 cortados ao meio, que foram modelos de exposição aquado do seu lançamento, o carro dos Flintstones, do Batman, da Barbie, do Chitty-Chitty-Bang-Bang, o Rolls-Royce Amarelo, uma série de protótipos da BMC e da British Leyland, Minis de linhas quadradas que nunca saíram, etc.. Trata-se de um museu muito interessante, e pouco cansativo de ver. Mas a distância a que ficava levou-me optar antes por irmos dormir a Brighton.
Como ir a Gaydon implicava uma viagem muito longa, decidi então ir no dia seguinte visitar a Legoland, em Windsor, perto de Londres.
E assim, terminada a visita a Bealieu, arrancámos direitos a Windsor, tendo dormido num hotel duma área de serviço a meio caminho de Windsor, na auto estrada M3 chamada Days Inn.
O guia Michelin mencionava uma série de hotéis e estalagens em Windsor, mas todas estavam cheias. Pelo GPS descobri a Days Inn, e ao telefonar para lá a saber se havia quartos vagos, a recepcionista ao perguntar-me o meu nome percebeu que eu era portugês. Ela também era de Lisboa, ex funcionária do banco Santander reformada, e que fora viver para Inglaterra há 11 anos. Tivemos logo tratamento VIP…
Para lá chegar, já de noite, fomos obrigados a uma saída e reentrada em sentido inverso na M3, e a fazer quase 20 kms ao todo.
Chegámos, comemos um jantarinho no Burger King anexo, e fomos dormir para digerir as minhocas dos hamburgers…
Quinta-feira, 15 de Setembro de 2011
Após o pequeno-almoço, tivemos de rearrumar a tralha toda na bagageira, aproveitando melhor o espaço, e lá fomos direitos ao Legoland.
A verdadeira felicidade infantil é na Legoland...
À chegada, numa zona muito isolada, deparámo-nos com enormes parques de estacionamento, quase todos cheios. Fico sempre impressionado ao deparar-me com o índice de visitas a espaços culturais ou museológicos nos países civilizados, pois têm sempre enorme afluência de público, mesmo aos dias de semana, e em locais ermos.
Numa anterior viagem a Beaulieu com a minha mulher, minha filha e meu enteado há dez anos atrás, nós visitámos a Legoland, mas desta vez tive a sensação de que a Legoland entretanto decuplicara em tamanho e quantidade de diversões, deixando de ser apenas um parque da Lego, e tendo-se tornado num gigantesco parque de diversões, baseado no tema “Lego” , mas não só.
Legoland é um tipo Disneylândia, não apenas com imensas construções fantásticas em peças de Lego, com reproduções dalgumas das mais importantes cidades do mundo em miniatura, e de muitos monumentos famosos como a Torre Eiffel, o Capitólio, o Big Ben, Mount Rushmore, etc., tendo principalmente todo o tipo de diversões para crianças, para além de inúmeras lojas com todo o tipo de “merchandising”. 
Sacre Coeur construido em peças de Lego

Combóio fantasma

Roda gigante londrina London Eye construido em peças de Lego

Montanha russa (soviética???)


Saint Paul's Cathedral de Londres construida em peças de Lego

Trafalgar Square (Nelson) construido em peças de Lego


Tem por exemplo um show com o barco dos Piratas das Caraíbas, com actores e acrobatas vestidos de piratas a cabriolar, a fazer sketches com microfones ligados ao sistema de som, mergulhando dos mastros e das réplicas de faróis para as águas dos lagos, carrosséis, comboios fantasma, submarinos, montanha-russa, cenários do antigo Egipto, das pirâmides e dos Faraós com enormes túneis, enfim: o meu neto Guilherme queria repetir tudo, e nunca mais queria de lá sair.
Almoçámos uns hamburguers num McDonald’s qualquer dentro de Legoland, enquanto assistíamos ao grande espectáculo encenado dos Piratas das Caraíbas. Depois, foi o resto do dia todo na  Legoland.
À hora do fecho, já depois das cinco da tarde e após um breve descanso numa esplanada do Legoland, comprei nas lojas um conjunto de espada, capacete, coroa, e manto de arminho ao estilo do Rei Artur, e por fim lá partimos, dando ainda uma volta por Windsor, vendo apenas o Castelo por fora. Já estávamos “de gatas” com um dia inteiro de Legoland.
Um estranho aracnídeo feito em Lego
Mount Roshmore: os presidentes americanos "empedrenidos"









Optei então por irmos dormir a Brighton.
O meu genro João Correia Simões estudou em Brighton, no Northbrook College Sussex - Further and High Education, em Shoreham-by-Sea, mesmo ao lado de Brighton.
Brighton para os londrinos equivale a Cascais para os lisboetas. 
A praia de Brighton, ao fundo o Grand Pier com diversões

Trata-se duma praia e estância de veraneio do final do século XIX, um local muito simpático e agradável, com um antigo cais de embarque (Grand Pier) transformado em local de diversões, um enorme edifício em estilo neo-árabe chamado Royal Pavillion, construído na época vitoriana. Na rua muita animação nocturna, etc. A praia não tem areia, mas sim seixos rolados. 

Brighton: Royal Pavillion

Brighton: a praia e o Old Pier destruido numa tempestade



À porta do Neo Hotel em Brighton

Ficámos no Neo Hotel, tendo jantado numa área de serviço na estrada Londres-Brighton, pic-nicando uns deliciosos e quentinhos enlatados portugueses, que nos souberam maravilhosamente bem …
Antes de ir dormir ainda fomos tomar um copo num pub/discoteca local. Deixámos o meu neto no quarto do hotel, e fizemos dois turnos para ficar sempre alguém com ele. O carro ficou guardado num parque subterrâneo a cerca de 200 metros do hotel.
E o "Mercedão" lá dormiu bem acompanhado numa pensão de carros.


Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011
Era o grande dia da nossa chegada a Goodwood. 
Começámos por nos "mascarar", ou seja, vestir as roupas essenciais para o disfarce de "Goodbye Lenin", mas deixámos os acabamentos para a chegada a Goodwood, ou seja, os treslaios e os atavios como bonés, capacetes, emblemas, e outras macacadas
Mar à vista...
Fui buscar o carro, e após umas voltinhas por Brighton, passámos por Shoreham-by-Sea, a caminho de Chichester, para irmos ao Woolpack Inn deixar as malas, e vestirmo-nos apropriadamente para o “Carnaval” de Goodwood.
O castelo de Arundel


Um pequeno percalço com o GPS bloqueado obrigou-me a seguir o mapa em papel da Michelin, e acabou por se revelar difícil encontrar o hotel, que ficava na Fishbourne Road, numa variante de Chichester. Mas por fim lá conseguimos chegar ao destino, após um passagem ao largo de Arundel, onde se avistava um castelo e uma catedral medievais, mas que não tivemos tempo de ir visitar.

 Por fim, lá conseguimos encontrar o caminho correcto para o Woolpack Inn.
Wollpack Inn, Chichester




Já nos tinhamos mascarado mais ou menos, logo de manhã em Brighton. 
Foi só descarregar o carro, e completar a "palhaçada".
 
Pub

Restaurante

Lá dentro havia um Pub e um Restaurante.
O Guilherme fez questão de 
comer uma lata de atum. 
Recusou o bivaque da "Bufa", 
e preferiu o boné do Exército
 Português dos tempos 
anteriores ao "glorioso".

O Guilherme veio fardado
 de Mocidade Portuguesa
:(menino da "Bufa")





Lá almoçámos à pressa uns hambúrguers cá fora na esplanada do
Woolpack Inn..
 






  E epois seguimos logo para Goodwood, onde ainda havia uma grande 
bicha para entrar.

Cá fora, o engarrafamento era de pequenos utilitários...
Mais trânsito para entrar




Já no Classic Carpark






Helfer der Volkspolizei





                    Nós íamos devidamente ataviados de teutónicos da  extinta Alemanha Democrática, envergando os treslaios apropriados.






























Helfer der Volkspolizei
O João aqui de "Grenztruppen der DDR"=Tropas Fronteiriças da RDA, sob o olhar atento dos inúmeors Rolls Royces
Foi um deslumbramento à chegada ao Classic Carpark, gratuito e previamente reservado. 
Cerca de “4 hectares 4” daquela relva natural tipo grama que cresce em Inglaterra por todo o lado, e que sendo espontânea e sem tratamento, parece ser mais cuidada do que qualquer campo de golfe em Portugal… 

Vista parcial do "Classic Carpark B" em Goodwood

Para dar uma pequena ideia da dimensão, 1 hectare corresponde ao tamanho de cerca de 1 campo de futebol!
Um Alvis Speed Twenty Saloon by Charlesworth no Classic Carpark
O Classic Carpark estava reservado apenas para os clássicos anteriores a 1970 estava literalmente inundado de todo o tipo de clássicos, desde os melhores Alvis, Lagonda, Bentley ou Rolls Royce dos anos 20, 30 e 40, até ao mais modesto Mini, Morris Minor, Volkswagen, carrinhas VW “pão de forma”, Renault 4L, Citroën 2CV, carros americanos, pré e pós guerra, alguns hot-rods, Morgan, MG, Austin-Healey, Jaguar, Riley, Rover, Volvo, Saab, Panhard, Alfa Romeo, enfim, um nunca acabar de clássicos ao lado uns dos outros, sem qualquer pretensão de que “o meu é melhor que o teu”… No entanto, havia uns seguranças que orientavam o tráfego, e davam indicações para estacionarmos em duas filas, de forma a have smepre saída para os clássicos estacionados. Tudo na maior ordem e compustura, sem algazarras nem confusões.
Como já era de tarde, aproveitámos os lugares vagos dos que saíram na hora de almoço, e conseguimos parar o nosso Mercedes perto da entrada para o recinto do Meeting, junto a um barulhento “Poço da Morte” de motos que tonitroava pelos altifalantes músicas Rockabilly dos anos 50, com um apresentador a apregoar as delícias, perigos e emoções do espectáculo…
 http://www.youtube.com/watch?v=DqNYjFgCtFw
 Enquanto rolávamos pela passadeira ao longo do Park B no meio de todos os clássicos, ninguém ficava indiferente ao nosso carro e aos nossos atavios. Uns apontavam e riam, outros vinham a correr armando as máqinas fotográficas para nos conseguir fotografar, outros dirigiam-se a nós a rir, enfim, um sucesso.
 http://www.youtube.com/watch?v=9i8Uy_ZXVy0
 É que ali a maior parte dos participantes vai vestida com trajes ingleses antigos, e o facto de irmos a condizer com um carro alemão do tempo da Guerra Fria e da troca de espiões no Checkpoint Charlie parodiando Berlim Oriental, a extinta DDR e vestidos de colaboracionistas de Erich Honnecker, provocava a maior hilariedade, principalmente a quem conseguia perceber o alcance de toda aquela mascarada e do carro.

 
Já em "levitação", passámos o "portal" para "O Outro Lado Do Espelho": um universo mágico e irreal, do tal Spielberg...

Um esquadrão da 2ª Guerra mototransportado
Motos & motos & motos... Militares, para já...
Mods de scooter cheios de farolame e retrovisores: cromados & cromados

Quando me referi a Mods e a "scooters com farolame", eu queria dizer MESMO "SCOOTERS COM FAROLAME" (sem contar com os espelhos)
Mods


A pentear-se ao espelho dos cromados, mas em vias de "irem de cana"
 Desde fornecedores de peças para clássicos, a roupas de épocas passadas, adereços de vestuário antigos, blusões, chapéus, capacetes antigos, clubes, emblemas, livros e dvd’s sobre carros antigos e desporto
Casalinho de Rockers (Teddy Boys)
 motorizado, gente mascarada de polícias, de antigos  militares, pilotos da RAF, enfermeiras da 2ª guerra, Mods & Rockers com as respectivas Vespas cheias de “farolame” e retrovisores dos Mods, os Rockers vestidos de fatos de cabedal, brilhantina, nas Norton e nas Triumph, autocarros, camions, tractores e veículos comerciais antigos de todo o tipo, aviões das 2 Grandes Guerras, fanfarras, enfim, indescritível.
Austin Seven ambulancia, junto a uma tenda
 
Carrinhas comerciais...



Carrinha da Ferrari

Carrinha da BMC
Um Frogeye vai de charola...
O mapa com os nomes das cidades

Carros da Polícia
Numa carrinha  Alfa Romeo Giullia...
Além dos "Mines", também
 havia Mary Quanticas 
 "mine-saias".
As taças também eram 
"Mine" taças...
(Dirty-minded joke!!!...)

Um Morgan "psicadélico",bem ao estilo do Rolls-Royce do John Lennon

E havia tractores.
E "carrêras"também...

Aqui o "Helfer der Volkspolizei" (ajudante da Vopo=Polícia do Povo da RDA) a deixar-se seduzir pelo
imperialimo decadente.
Piloto da RAF a "voar baixinho"...




Por ali encontravam-se as figuras mais desconcestantes. 
Eu via passar ao pé de mim ciclistas vestindo blusões de aviador 
da 2ª Guerra, boné da RAF, pedalando uma biciclete 
antiga com ums asas de Spitfire... Inacreditáve!!!...

ACHTUNG!!! Aqui vigilância montada  ao "Grosser Mercedes".

Encontrei alguns amigos por lá: Fernando Taborda com um grupo de amigos, o António Morgado com outro grupo de amigos dele, e vários outros amigos meus ingleses do Alfa Romeo Montreal Register, como o Matt Bartleet com o seu Alfa Montreal branco igual ao meu, uma série de outros expositores meus conhecidos das feiras internacionais como a Techno-Classica, a Retromobile, o Classic Motor Show do NEC/Birmingham, enfim, todos peregrinos ou gurus destas nossas verdadeiras “Mecas dos Clássicos”.
Roupas "vintage", carros "vintage", motos "vintage", público "vintage", mas tudo com espírito "brand new"...

Carros antigos e mulheres novas: a mais dispendiosa combinação...


Eu diria que temos uma !ªentrada do mundo real para o Classic Carpark . 
Depois temos uma 2ª entrada do Carpark para a zona periférica onde estão as tendas com as lojas, e muito movimento de pessoas e viaturas.
Finalmente temos uma 3ª por debaixo do túnel, para as pista, os Paddocks, as bamcadas, os aviões, e é aqui que as coisas vão ao rubro.

O túnel por debaixo da pista dava acesso à zona dos paddocks e não só: a mais de metade dos divertimentos.
  
Stands de vendas
Alguns stands tinham carrinhos e tudo
O nosso deslumbramento foi total, não conseguindo parar, querendo visitar todas as barracas e stands.


Calcorreámos os inúmeros stands, repletos das coisas mais inacreditáveis; roupas, chapéus, malas, emblemas, porta-chaves, peças de automóveis, eu sei lá.... 
 
Havia bandas militares a desfilar e a tocar...











 ...e havia também bandas de Rockabilly, e Rock'n Roll, enquanto o público dançava freneticamente, não sei se com ajuda de alguns figurantes profissionais à mistura para manter as "rotações nas altas... 
Tipo "Alunos de Apêlo"...
...e ainda!!! Girlsbands a cantarem Pop Music,
e...Girls bands a cantarem Andrews Sisters, ou será "Irmãs Sisters"???

À noite estávamos arrasados quando chegámos ao Woolpack Inn. Montámos a mesa de picnic no quarto, e jantámos maravilhosamente comidinha portuguesa, e mais parecíamos uma família de Turcos residente em Berlim… Só faltou um fogareiro para grelhar a kebab no quarto…
A ideia de trazer a mesa e as cadeiras de pic-nic com o chapéu de sol, tinha sido inicialmente para as montar no parque de Goodwood junto ao nosso carro, mas na realidade acabou por ser utilizada apenas para jantarmos no hotel, o que surpreendentemente se veio a revelar inesperadamente da maior utilidade.
Em Goodwood assistimos a algumas corridas junto à pista pelo meio da multidão, pois apenas comprei bilhetes de bancada para domingo, na Woodcote Grandstand. Os bilhetes são caríssimos, e optei por comprar só para domingo, quando estivéssemos já cansados, e fartos de ver todos os stands, e todo o “folclore” local.
Sábado, 16 de Setmebro de 2011
De manhã saímos pelas dez da manhã para Goodwood, e logo a cerca de dois ou três kms antes de lá chegar, começamos a integrar longas bichas de clássicos de todo o tipo, adiante e atrás de nós. É logo a sensação de “estarmos no paraíso dos clássicos”…
Flying the Flag:
convenhamos que
umtanto ambíguo:
mas reconheço
possuir verdadeiro o
dom da "ambiguidade".
Desta vez ao chegar fomos mandados estacionar muito mais longe da entrada do recinto do Goodwood Circuit. O parque dos clássicos (Park B) é enorme, como já anteriormente referi, e portanto tivemos de calcorrear todo o parque relvado a pé, ficando o carro demasiado longe da entrada para nos servir de base de apoio. O aspecto positivo disto, é que assim podemos apreciar em pormenor todos aqueles carrinhos clássicos ali estacionados, o que constitui uma experiência única...



Tam O Shanter
Lá entrámos no recinto, pelo meio duma enorme multidão fardada de Segunda Guerra, escoceses de kilt e boina escocesa encarnada redonda com um pom-pom no cucuruto, chamada “Tam O Shanter”, assim chamada por ser o nome dum personagem dum antigo romance escocês setecentista.
 

Ao sairmos já pelas seis e meia da tarde, seguíamos lentamente em bicha atrás de um glorioso Blower Bentley de 1926, com um Mercedes 170 Cabrio pré-guerra atrás de nós, e na estreita estrada de acesso, ladeada por uma sebe que delimitava um enorme relvado, estava um enorme grupo de jovens e adultos, divertindo-se a aclamar os clássicos que passavam. Conforme o volume e a exubrância dos aplausos, assim atribuíam uma classificação aos clássicos que iam passando, exibindo uns cartazes com números, como se faz nos concursos de dança, patinagem artística, ou de mergulho de prancha. O nosso Mercedes “Rabo de Peixe” mascarado de “GOODBYE LENIN”, connosco todos lá dentro vestidos de alemães de Berlim Oriental, mais a minha filha de “Walkyria” envergando um aguerrido capacete prussiano de bico de lança e tudo, recebendo nós uma estrondosa e ululante ovação, tendo-nos sido atribuída a pontuação 10, ou seja a máxima. O majestoso Bentley que nos precedeu, teve de se contentar apenas com 8 pontos…
Depois de jantar fui fumar uma cigarrilha para a rua (o sítio dos drogados tabagistas), e ao entrar no pub/restaurante do hotel, um simpático casal inglês, ligeiramente mais velhos do que eu, abordou-me, encantado com o nosso espírito aventureiro, e tivemos uma enorme conversa. Falámos sobre as nossas indumentárias, a nossa viagem, a música dos anos 60 e o Rádio Caroline e o Rádio Louxembourg que eu ouvia em Portugal na minha adolescência num Halicraft (rádio receptor de bordo) ao cair da noite, etc.. 
Ela estava a trabalhar num dos muitos restaurantes montados numa enorme tenda  em Goodwood, o Spitfire Café, insistindo que fossemos ter com ela no dia seguinte.

Domingo, 17 de Setembro de 2011
O meu neto Guilherme, disfarçado de Major Alvega


Após o pequeno-almoço à inglesa no hotel, saímos logo de manhã para Goodwood, mas o tempo estava pior, ameaçando chuva.


O stand da SC Parts

O Major Alvega pensava apanhar aqui
"Um Táxi Para Tobruk"
Uma última visita aos stands, mas nada de interessante ficou por ver. Comprei na SC Parts uma bobine de 3 ohms para um regresso seguro no Mercedes, e um volante de madeira da Moto-Lita de 16 polegadas com rebites e 4 braços, indicado para o meu Jaguar XK150, com um cubo próprio para utilizar ao botão da buzina de origem, e uma peça de braços em madeira para desapertar a porca de orelhas das jantes do Jaguar, evitando o uso do martelo de cobre. Por falta de espaço, pedi para me enviarem as peças grandes por correio. Comprei um magnífico chapéu de chuva da Jaguar, mas com o emblema antigo, e um porta-chaves esmaltado da Jaguar fantástico. Por incrível que possa parecer, os porta-chaves da Jaguar tipo antigo são difíceis de obter
Tropecei no Mercedes Fórmula 1 carenado
igualzinho àquele onde me fotografaram
Eu no Museu Mercedes em 1964
No verão de 1964, tinha eu os meus 11 anos de idade, vajei com os meus pais à Alemanha. Em Stuttgart fomos ao Museu Mercedes-Benz. Ali entrei em transe ao ver o Mercedes Fórmula 1 carenado.Pedi para me fotografarem. Naquele tempo ainda me deixaram sentar no carro. 

Quando fui buscar o Guilherme para tirar uma fotografia igual à minha, já o Mecedes carenado tinha entrado em pista.


O Engº Júlio Albuquerque
Claro que foi inevitável: não descansei enquanto não apanhei um Mercedes a jeito para tirar uma fotografia igual com o meu neto na mesma posição... Porque será que repetimos sempre as mesmas parvoíces?
Apenas encontrei o Mercedes do Stirling Moss, visualmente muito parecido
Stirling Moss foi o herói da minha infância.
O Mercedes vencedor das Mille Miglia em 1955, foi pilotado por Stirling Moss , com a hora de partida 7:22, ostentava o número 722. Atingiu por vezes  velocidades superiores aos 300 KPH (190 MPH), segundo nos conta o próprio Stirling Moss, explicando que foi a prova mais assustadora em que participou.
 http://www.youtube.com/watch?v=ft3VOC
Num dos stands vendia-se o livro autobiográfico “Stirling Moss Scrapbook 1956-60. Stirling Moss “in person” autografava os livros à medida que eram vendidos, e eu tive oportunidade não só de obter um exemplar com u dedicatória 
( o último em stock ), e de conversar um pouco com ele, pois ele conheceu o Júlio Albuquerque dos tempos em que este viveu em Londres nos anos 50 e 60.  
Stirling Moss disse ainda conhecer muito bem Portugal, assim como gostar muito do nosso país.Depois, não resisti a tirei uma fotografia a apertar a mão a Stirling Moss... Todos temos as nossas fraquezas inconfessáveis.






O célebre Mercedes 722

Stirling Moss em 1955 venceu
as MilleMiglia ao volante
deste Mercedes 300 SLR
O Mercedes30SLR vencedor das Mille Miglia em 1955, foi pilotado por Stirling Moss , com a hora de partida 7:22, ostentava o número 722. Atingiu por vezes  velocidades superiores aos 300 KPH (190 MPH), segundo nos conta o próprio Stirling Moss, explicando que foi a prova mais assustadora em que alguma vez participou.

Um "desconhecido", que dava pelo "estranho" nome de Stirling (?) Moss, "pediu" para me cumprimentar...
Acho nunca mais voltei a lavar aquela mão…  


E eu fiquei descansado, porque Sir Stirling Moss ficou muito bem guardado.
Mais aviões que se exibiam por lá...
Almoçámos no Spitfire Café, que não foi fácil de encontrar, e conforme combinado, procurei a Carol, com quem conversáramos na véspera no hotel, o que se revelou muito útil, arranjou-nos prontamente lugar sentado para almoçar, o que doutra forma seria virtualmente impossível.
O ponto alto de Goodwood Revival é a RAC  Club TT Celebration Race, onde podemos ver clássicos fabulosos de 1960 a 1964 a competir a sério durante uma hora , Ferrari 250 GTO, GT SWB e 330 LMB, Aston Martin DB4 GT, Zagato, “Project Car” (protótipo de fábrica), AC, Cobra, Shelby Daytona, enfim, aquele tipo de clássicos que podemos ver nas revistas, ou comprar em miniatura.
Depois de almoço fomos ao “paddock” à procura do José Manuel Albuquerque, que mais uma vez participava com o seu Ferrari SWB (Short Wheel Base). Na véspera tinha competido com o seu Maserati. Com ele estava o seu mecânico Simon Blake, dono da Red Lion Garage em Thursley. Nós circulávamos no meio de todas estas celebridades, com a maior naturalidade À boa maneira portuguesa, conseguimos “entrar à crava”, para o paddock; primeiro apenas eu, mas logo de seguida toda a minha família entrou, sem eu me ter dado conta, perante a “vista grossa” dos porteiros e dos seguranças.
O meu neto Guilherme, junto ao carro do Zé Manel Albuquerque no Paddock.
Em 2010, a pedido de José Manuel Albuquerque em Goodwood, Simon Blake tinha-me feito o especialíssimo favor de me desempanar o meu Bristol 403 que conseguiu chegar a Goodwood com a embraiagem a patinar perigosamente. 
Nesse ano eu tinha ido participar no Bristols-to-Bristol Run, a comemoração do centenário da marca Bistol Aeroplane Company, celebrada pelo Bristols Owners Club em Bristol e na base aérea de Filton. Vieram carros de toda a Europa. Como o evento era só sexta e sábado, o BOC ofereceu aos participantes bilhetes para um parque privativo só de Bristols em Goodwood no Revival.  
http://bristols-to-bristol.worldcook.net/
Claro que eu não perdi a oportunidade de lá ir. Só que o meu Bristol tinha começado com a embraiagem a patinar perigosamente. 
O Zé Manel e eu, momentos antes de ele entra em pista no seu Ferrari SWB.


Graças à intervenção amiga do Zé Manel Albuquerque, Simon Blake após um fim de semana inteiro sem dormir dando assistência ao Zé Manel no seu Ferrari e Maserati, no dia seguinte, segunda-feira, foi-me obter o material necessário, tirou-me o motor fora, e substituiu-me o disco e o prato de embraiagem, que estavam completamente arrasados. Isto permitiu-me um regresso atempado no ferry de terça-feira de manhã, tendo eu as viagens antecipadamente pagas, hotéis, etc.
Por sorte a Red Lion Garage de Simos Blake fica em Thursley, na Old Portsmouth Road, e o Ferry partia de Portsmouth, apenas a cerca de 50 kms, que eu fiz já de noite, em filas intermináveis de transito no para-arranca, com a embraiagem a patinar por todos os lados.
Esta Playboy Bunny não resistiu ao meu charme,
e implorou ser fotografada comigo...
Entretanto em Goodwood, a RAC Club TT Celbration Race estava prestes a começar, e nós deixámos o Zé Manel em paz, dirigindonos para a bancada. Pelo caminho, passava um grupo de figurantes contratads, vestidas de coelhinhas do Playboy, que tinham estado a tirar fotografias com os pilotos e os carros. Eu não perdi a oportunidade de tirar uma fotografia com uma delas. 
A partida da RAC TT Race.
O Zé Manel apontou para meio da classicficação.

A chuva complicou, mas Zé Manel  dominou bem o carro
Começava a chover torrencialmente, como o Zé Manel temia, a temperatura a descer drasticamente e o céu a ficar muito cinzento, o. que por um lado prejudicava a corrida, mas que estando nós na bancada coberta, nos permitiu estarmos abrigados a ver as provas do Zé Manel.
O Zé Manel efectuou um belíssima prova, sem grandes sobressaltos, dominando bem o carro, mesmo em slide, tendo ficado classificado a meio da tabela. Devido à chuvada copiosa durante a prova, assistimos a muitos tétes, saídas de pista, mas felizmente sem colisões. Como diriam os ingleses: “it was raining cats and dogs”… A corrida foi suspensa à 19ª volta, devido à chuva excessiva.
É tão bom ser pequenino, e ter quem goste de nós...

As "Bunnies" e os outros "Aviões" ficaram para trás...




Enregelados, ensopados, exaustos, mas satisfeitos, batemos a flagrante retirada antes do encerramento das festividades.

Crown and Anchor
Era dia de nos do meu genro João, pelo que eu já tinha decidido convidá-los a todos para um jantar condigno. Após consultar o Guia Michelin, acabámos por seguir o conselho do dono do nosso hotel, que nos sugeriu um simpático restaurante ribeirinho sobre um braço de mar, chamado Crown and Anchor. Tivemos o cuidado de perguntar até que horas tinham eles a cozinha aberta. O dono do nosso hotel ligou para lá à nossa frente a perguntar, e de lá informaram que serviam jantares pelo menos até à 21:30.
Partimos do hotel noite cerrada, seguimos o GPS que nos levou lá direitinho. Uma vez lá chegados às 20:45, vimos entre vários clássicos estacionados um glorioso Alvis Speed Twenty igual ao meu, pois aquilo também é hotel, e muito típico e acolhedor.

O  interior do Crown and Anchor
Ao entramos fomos informados de que a cozinha tinha fechado às 20:30! Eu ia fazendo uma birra…
Lá voltamos para o “Grosser Mercedes”, de Guia Michelin na mão, após várias tentativas goradas, todos os restaurantes estavam fechados, pois era domingo à noite em Inglaterra.
O restaurante francês Café Rouge
Dirigimo-nos para o centro de Chichester, completamente à sorte, e acabámos num fantástico restaurante francês chamado Café Rouge, onde jantámos maravilhosamente. 

Curiosamente, um dos quadros decorativos na parede do Café Rouge era aquele poster dos anos 30, do Porto Ramos Pinto. 
O restaurante estava aberto até tarde, e com movimento. “Very continental, I must say…”
Ao lado da nossa mesa havia um pequeno elevador na parede que levava e trazia os pratos da cozinha para cima e para baixo, e que ao chegar avisava com um toque duma campainha tipo besouro. O meu neto, exausto, adormecera. Mas sempre que o elevador chegava com algum pedido, tocava o besouro, e ele acordava, dando um pinote. Criança sofre…
Por fim, regressámos ao hotel, e fomos dormir. Era uma noite de lua cheia, mas a ninguém cresceram pelos, nem se transformou em lobisomem.
Segunda-feira, 18 de Setembro de 2011
Após mais um opíparo “English Breakfast”, fizemos as malas, guardámos os “treslaios teutónicos” numa mala separada, os chapéus todos na chapeleira atrás à vista dos transeuntes, e partimos em direcção a Londres.
Estávamos todos francamente cansados, e a hipótese de uma visita a Gaydon ao Bristish Motor Heritage Centre acabou por ser definitivamente posta de parte.
Rumámos a Londres, mais concretamente à City of  Westminster.
Uma vez que o meu neto estava sempre a falar e a fazer perguntas sobre o Big Ben, acabei por decidir passar a noite de segunda para terça em Central London, com visitas a tudo o que é para turista ver. Sim, porque o que era “para inglês ver” já nós víramos…
Voltámos a tomar a auto-estrada M3, entrámos na M25, a London Orbital, e saímos em direcção à ponte de Hammersmith, com destino a uma zona que ficasse o mais próximo possível do centro, sem portagens a pagar, e com parque seguro para o carro, que estava cheio de bagagem.
Para minha enorme surpresa, verifiquei que agora em Londres é prática corrente apitar a buzina insistentemente por tudo e por nada, reclamando com os outros. Fiquei surpreendidíssimo, pois nas minhas visitas a Londres anteriores nunca vira nada assim. Também achei Londres mais sujo, com lixo, papéis e garrafas de plástico vazias pelo chão. (Oh dear, by Jove, I’d say)
Direitos a Kensington, procurei o Olympia Park. O chassis do meu Alvis Speed Twenty fora o chassis de exposição em Setembro de 1933 no Olympia Motor Show, antes de o modelo começar a ser produzido em 1934. Obviamente, eu queria conhecer a “sala de partos” onde o meu Alvis vira pela primeira vez a luz do dia, ainda que debaixo do denso “smog” londrino da época… Nada feito, pois havia algum certame do Olympia Palace, e todos os parques à volta estavam lotados.
Lá fomos, com as buzinadelas dos londrinos musicar as nossas deambulações...
De súbito, a minha filha exclamou: “Olhe, pai!!! Bristol Cars!!!” E eu,  TRAVÕES A FUNDO!!! Estávamos nada mais nem nada menos do que à porta do stand de vendas da Bristol Cars em Londres. Fui logo lá, mas apenas Toby Silverton lá estava. 
Toby Silverton e eu à porta da Bristol em londres
Eu conhecera Toby Silverton no ano anterior am Bristol, na Filton Airbase, onde ele participou numa filmagem onde o meu Bristol também aparece.

Muito simpático, recebeu-me entusiasticamente, pois apenas nos conhecíamos por telefone. Veio ver o “Grosser Mercedes Krautcar”, e delirou de tal maneira com a decoração do carro, que foi chamar todos os colegas dos escritórios e das oficinas para virem ver aquele “lovely decorated car”. 




Bristol Owners Club Concours d'Elegance-Filton Airbase 2010:
http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM


Depois de nos rirmos um pouco sobre a falta de sentido de humor da maior parte dos alemães, partimos à procura dum parque de estacionamento seguro. Acabei por encontrar um parque público seguro junto ao Hilton Kensington, na Holland Road.
Apanhámos um táxi para o Big Ben, e almoçámos já tarde num restaurante semi oriental, semi pronto a comer junto ao Tamisa.













Depois de almoço fomos num dos barcos do Tamisa à Torre de Londres, mas chegámos pelas 17:00 horas, ou seja, à hora de fechar. 




Vimos a London Tower apenas por fora, a London Bridge ao lado. 






Depois, apanhámos um autocarro já de noite para o parque onde ficara o nosso carrinho.
O "Moecêgo" dormiu na boa companhia d um Alfa Duetto
Como o Hilton era muito caro, optámos por a Jim’s Guesthouse, em Shepherd’s Bush, lá muito perto: uma hospedaria de indianos, modesta mas muito limpa, numa das ruas laterais, Bulwer Street, graças às indicações ”mágicas” do GPS.
Ao descarregar o carro, e fazer o check-in, levámos uma multa de estacionamento de £130,00, pois não pagámos o parquímetro durante 4 minutos, segundo o talão da multa Penalty Charge Notice (PCN)…
Fomos já pelas 22:00 horas de carro à procura dum sítio para jantar, tendo encontrado uma pizzeria/hamburgaria em Holland Road, que era duns iraquianos que intitulavam persas, que sempre é mais prestigiante. Eles eram muito simpáticos, e nós comemos bem.
Parei o carro à vista, não fosse levar mais uma multazinha dos Bobys de Hammersmith & Fulham London Borough, ao serviço de Her Majesty the Queen…
Depois, fui guardar o carrinho num parque seguro, próximo da Jim’s Guesthouse. No parque foi a maior confusão com os tickets, e as máquinas sempre encravadas e avariadas. Tive de chamar sempre o segurança. Dava vontade de dizer que “só em Portugal”. Afinal, aqui eles não são melhores que nós.
Terça-feira, 19 de Setembro de 2011
No dia seguinte fui buscar o carro, voltámos a carregá-lo e eu fui guardá-lo no mesmo parque, pois só voltaríamos a ir buscá-lo ao fim do dia, para irmos dormir a Portsmouth. 

De caminho fui comprar um adaptador-emissor de ipod de ligar ao isqueiro a um centro comercial em Shepherds Bush.
Tomámos um táxi para Central London, City of Westminster. Mas o transito era tanto devido às obras em Vauxhall Bridge, que tivemos de sair do táxi e prosseguir a pá.
De novo junto à Abadia de Westminster, levámos o meu neto que insistia desde a véspera em visitar uma casa de esqueletos do tipo comboio fantasma aterrorizador. À entrada teve tanto medo, que já não quis ir. Acabámos por tomar o metro, com bilhetes para o dia todo, e fomos para Oxford Street.
Não descansei enquanto não consegui arranjar um par das tais boinas escocesas "Tam O Shanter".

A minha mulher e eu mais tarde demos bom uso aos "Tam O Shanter".
 Aqui em 2012 no Jaguar a embarcar no ferry para Tróia.
Calcorreámos Oxford Street e Regent Street, metendo o nariz em tudo o que eram lojas de roupas e de inutilidades, “juntando o útil ao fútil”.
Numa montra em Regent's Street
Pormenos da "monstra"...

Comemos qualquer coisa numas lojas de comida dali. 
Numa montra dum casa de artigos de desporto em Regents Street, estava uma camisola do Benfica...
Lá arranjei umas bugigangas para o meu neto, e outras para nós, tudo inutilidades que nos pesaram nas bagagens já repletas.
Arrasados, voltámos ao parque de metro.
Encaixámos as tralhas nos exíguos espacinhos entre as malas no porta-bagagem, e fomos direitos a Portsmouth, não sem mais uma cegada com um ticket deixado por alguém entalado na máquina à saída. Novamente o segurança, e a máquina aberta com a chave, para levantar a cancela.
Pelo caminho, ao ver o desvio para Thursley, recordei aquando a minha entrega do Bristol um ano antes ao Simon Blake. Consegui levar-lhe o Bristol à garagem, guiando sem utilizar nunca a embraiagem. 

Um ano antes, a entregar o Bristol em Thursley, à porta da Red Lion's Garage.
Isto graças à minha antiga prática de ter aprendido a guiar num Volkswagen de caixa não sincronizada. Lembro-me que nessa altura fui dormir a um sítio perto de Thursley, no meio da floresta, e que dá pelo estranho nome de “Devil Punch Bowl”. Would you believe?
Pelo caminho começou a chover cada vez mais, e à chegada a Portsmouth chovia torrencialemte. O “Mercedão” sempre impecável, com o ângulo de camber aberto, sempre negativo, parecia um avião a querer descolar. Os limpa para-brisas trabalharam sempre na perfeição, e até parecia tratar-se dum carro novo.
O Hilton de Portsmouth é uma decepção. Não se pode dizer que seja mau, mas não tem o nível os outros Hilton, pois não se trata dum hotel luxuoso. 
 
A porta do Hilton em Portsmouth..

Só tem rés do chão e primeiro andar, e nem elevador tem. O pessoal no entanto é muito simpático.

Quarta-feira, 20 de Setembro de 2011
Após mais um lauto pequeno-almoço à inglesa, voltámos aos quartos afim de arrumar as malas, e calmamente dirigimo-nos para o cais de embarque, a cerca de 6 kms. do Hilton Portsmouth. Tínhamos de lá estar pelas 11:15, pois o ferry zarpava às 12:00.
Lentamente, fomos avançando, enquanto as filas de carros iam engrossando.
Alguns clássicos aqui e ali: um Triumph TR3 de matrícula inglesa, e de súbito um enorme grupo de Ferraris ingleses de todas as cores, juntamente com uma série de TVR’s, mais uns Lótus. Era com certeza um grupo que viajava em conjunto “towards the continent”. 

Vimos depois este Ferrari amarelo mandado parar pela polícia espanhola na auto-estrada.


Juntamente com os Ferraris iam alguns TVR.
Novamente a bordo do ferry, o “Grosser Mercedes” ficou arrumado no meio dos camions TIR e dos contentores, e nós fomos para a cabine.
O Morcego entalado no meio de camions no ferry.
Felizmente o mar esteve calmo toda a viagem, pelo que ninguém enjoou desta vez.
 


Por fim, constatámos que Fernando e Jenniffer Nogueira, nossos companheiros de outras viagens nestes ferries, não apareceram. Num email posterior que trocámos mais tarde, informaram que o Jeep deles avariou o alternador em Londres, atrasando-lhes a viagem para Portugal. Enfim, carros “velhos”…
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2011
Pela hora de almoço atracámos em Santander. Fomos arranjar mais umas bisnagas de leite condensado para o meu neto, que adora, pois não se conseguem arranjar em Portugal.
O dia estava cinzento, com uns pequenos borrifos de chuva. Após atestar de gasolina, arrancámos para os cerca de 700 kms até Encourados, entre Braga e Barcelos, mais uns mais de 30 ou 40 para eu ir dormir ao Porto na casa da minha irmã.
Almoçámos numa área de serviço da auto-estrada, e um casal de ingleses já duma certa idade, torciam-se literalmente a rir da caracterização do nosso carro, não se aguentando em pé. Pediram para tirar imensas fotografias, e não paravam de rir. Disseram que um dos filhos tinha estado a trabalhar no Goodwood Revival, e que tinha sido o responsável por todo o sistema de segurança dos cartões de crédito. Fizeram imenso espanto com a nossa ousadia, tal como o fizeram vários outros ingleses com que falámos noutras alturas.
Mais adiante, numa das saídas da auto-estrada, um carro da polícia de transito espanhola mandara parar um  Ferrari amarelo que viajara connosco no ferry, não sei se por excesso de velocidade, ou se por qualquer outro motivo.



Com mais uma paragem ao fim da tarde noutra área de serviço ainda em Espanha, curiosamente a mesma onde tínhamos parado dias antes à saída de Portugal, acabámos por chegar a Encourados à Quinta do Carvalhinho já de noite. O nome Encourados vem do tempo em que os cavaleiros medievais se protegiam com couraças feitas precisamente de couro.
À chagada foi só o tempo de descarregar a bagagem, escolhendo tudo à pressa, ficando algumas coisas ficaram esquecidas na mala do carro.
Feitas as despedidas, todos estávamos cansados e satisfeitos.
Depois segui sozinho para ir dormir ao Porto, já com o carro mais aliviado.
Com o carro cheio, rolei sempre em velocidades entre os 90 e os 110 kms/h, mas uma vez mais leve, fui sempre para cima dos 120 kms/h.
Sexta-feira, 22 de Novembro
Levantei-me pelas 08:00, para ir ao David Barbosa buscar uns adaptadores para o ipod ligar aos rádios dos clássicos.
Pelas 10:30 estava de partida para Lisboa, só parando para meter gasolina, indo direitinho ao Clube de Tiro de Monsanto, onde os meus amigos estavam todos a almoçar.
Rolei sempre para cima dos 130 kms/h, dando por mim às vezes já nuns excessivos 150 kms/h.
Cheguei ao Clube de Tiro de Monsanto, como se tivesse acabado de sair de Lisboa.
O carro todo conspurcado de mosquitos e insectos de sotaque inglês e espanhol.
Lá estavam os meus amigos dos clássicos, incluindo o Zé Manel Albuquerque que viera entretanto de avião na quarta-feira, e deliciei-me a relatar as delícias desta viagem.
Parece que o meu neto Guilherme volta e meia chora com saudades da viagem. Como eu o compreendo, pois eu também “choro por mais”…

Lisboa, 4 de Outubro de 2011


 Anexo 1
Passo a transcrever da lista de inscritos, os nomes e “palmarés” de alguns pilotos participantes nesta prova:
Rauno Aaltonen Monte Carlo and RAC Rally winner, and European Rally Champion
Keith Amor Isle of Man TT star
Les Archer 1956 European 500 Motocross champion
Richard Attwood 1970 Le Mans winner and works BRM, Cooper and Lotus F1 driver
Michael Bartels 2010 FIA GT1 Champion
Derek Bell Five-time Le Mans winner, F1 driver & all round endurance legend
Gerhard Berger 10 time Grand Prix winner and former F1 team owner
Dave Bickers Seven times British 250 and twice European 250 Motocross champion
Stig Blomqvist 1984 World Rally Champion
Kenny Brack 1998 IRL Champion and 1999 Indy 500 winner
Steve Brogan Former British Superstock 1000 Champion
Tony Brooks Unsung hero of the late-50s racing scene, winner of six grands prix
Martin Brundle Former F1 star, Le Mans winner and now the voice of BBC's F1 coverage
Alan Cathcart Respected Motorcycle Journalist and racer
Ron Chandler Former Motorcycle Grand Prix racer
Eddie Cheever Former Grand Prix star and Indianapolis winner
John Cleland Touring car star, twice BTCC champion
Dave Curtis 1958 British 500 motocross champion
Cameron Donald Two time Isle of Man TT winner & road racing star
Tony Dron Former works Triumph BTCC driver, Le Mans competitor and journalist
Iain Duffus Well known road racing star
Sean Emmett British Superbike race winner & Motorcycle GP & World Superbike racer
Marino Franchitti Sportscar star and current Highcroft Racing ALMS driver
David Franklin Multiple British Hillclimb champion
Chris Goodwin Regular sportscar, touring car and McLaren chief test driver
Stuart Graham The only post-war winner of TTs on two & four wheels
Mick Grant Seven time Isle of Man TT winner
Mark Hales Renowned writer and national champion
James Haydon Former Grand Prix, World and British Superbike rider
Derek Hill Former F3000 star and son of 1961 World Champion Phil Hill
Christian Horner Former racing driver and now Red Bull Racing Team Principal
Claudia Hürtgen Successful GT and saloon car driver
Tony Jardine Former F1 team insider and now TV pundit and commentator
Tom Kristensen Eight-time Le Mans winner and DTM star
Arthur Lampkin 1959 British 500 and 1961 British 250 motocross champion
Alan Mann Legendary team owner
Nick Mason Pink Floyd drummer and renowned classic car enthusiast and racer
Jochen Mass Former Grand Prix star, Le Mans winner and touring car driver
Jeremy McWilliams Former MotoGP rider, and 250cc Grand Prix winner
Arturo Merzario Former Ferrari F1 star, and two-time Targa Florio winner
Nicolas Minassian Works Peugeot driver
Chaz Mortimer Multiple Motorcycle Grand Prix and Isle of Man TT winner
Bernard Murray Ulster Grand Prix winner
Trevor Nation Multiple TT and Superbike winner
Tiff Needell Former Grand Prix driver and Le Mans podium finisher
Michael Neeves MCN Journalist and respected club racer in his own right
Adrian Newey F1 design genius & Red Bull Racing Chief Technical Officer
Jackie Oliver 1969 Le Mans winner, Lotus F1 driver, and former Arrows team owner
Emanuele Pirro Former F1 driver and five-time Le Mans winner
Andrew Pitt Double World Supersport Champion and World Superbike race winner
Alec Poole Touring car star, winner of the BTCC in a Mini Cooper S in 1968
Andy Priaulx Triple WTCC Champion, ETCC champion & BMW DTM driver for 2012
Paul Radisich Twice Touring Car World Cup champion and BTCC race winner
Brian Redman F1 driver, Targa Florio winner and twice Sebring 12 Hours winner
Anthony Reid Stalwart of the BTCC and former Le Mans driver
Derek Rickman Motocross star who, with his brother Don, set up Metisse motorcycles
Don Rickman Motocross star who, with his brother Derek, set up Metisse motorcycles
Michael Rutter Motorcycle Grand Prix, World & British Superbike star
Vern Schuppan 1983 Le Mans winner, and former Formula 1 and Indy driver
Ian Simpson Three-time Isle of Man TT winner
Paul Smart Former Grand Prix rider and brother-in-law of the great Barry Sheene
Scott Smart British Superbike racer, son of Paul, nephew of the great Barry Sheene
Jeff Smith Ten times British 500 motocross champion
Jackie Stewart 3 time F1 World Champion who kickstarted his career at Goodwood
Darren Turner BTCC star and Le Mans class winner in an Aston Martin DBR9
Andy Wallace 1988 Le Mans winner with Jaguar
Patrick Watts Multiple tin-top champion, and former BTCC driver
Barrie Williams Popular veteran of the racing scene
Charlie Williams Eight-time Isle of Man TT winner
Desire Wilson The only female driver ever to win an F1 race
Stan Woods Former works Suzuki Grand Prix rider
Celebrities in attendance
Win Percy Three-time BTCC Champion and 1990 Bathurst 1000 winner
Stirling Moss Arguably Britain's most successful racing star and all-round hero
John Surtees The only person to win Motorcycle and F1 World Championships
Maria Teresdae Filippis The first female driver to compete in the F1 world championship

Links para videoclips


Bristols to Bristol Run 2010- acesso ao site (estático):

http://bristols-to-bristol.worldcook.net/




Bristol Owners Club Concours d'Elegance-Filton Airbase 2010 (2':47")

http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM



 A nossa entrada no parque de estacionamento do Goodwood Reival Meeting 2011 (2':16")

 http://www.youtube.com/watch?v=9i8Uy_ZXVy0




Nós no Classic Carpark, a saírmos do carro ao entrar para Goodwood 2011. (0':44")
  
http://www.youtube.com/watch?v=DqNYjFgCtFw





Goodwood Revival 2011 - All the fun of the fair (1':04")




2011 Goodwood Revival. Reportagem dum particular(14':18")





Goodwood Revival 2011 vários aspectos (4':52")






Goodwood Revival 2011 RAC TT Celebration-a prova relatada por um comentador (14':10")






Goodwood Trophy Race Goodwood Revival 2011-Monolugares anos 30/40 (2':24")






Goodwood Revival 2010-Competição saloons anos 50 violenta relato de comentador (46:17") 

http://www.youtube.com/watch?v=7SIkO5pA0KM




Goodwood Revival 2011 Best Bits - Cars & Stars:  Inclui engarrafamento da entrada (15':00")

http://www.youtube.com/watch?v=higJ9vunTOs



Goodwood Revival 2011 - A bit of everything..  (11':04") 

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kx4hiy7uGzY



Goodwood 2011 TT RAC - Paddock e boxes (9':51")

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1ZCnmo0qxHM 




Goodwood 2011: rápida amostragem (1'55")

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=vHTMM-y1j3A



Goodwood 2011 em avião (14':27")




Goodwood 2011 RAC TT slideshow (8':49")




Goodwood 2011 highlights - A magical step in time (4':18")




Goodwood 2011-Reportagem dum alemão (8':40")

http://www.youtube.com/watch?v=aV1JXJUdI0I



Goodwood Revival 2011-Mr Spiv tours  (5':40")

http://www.youtube.com/watch?v=glSGmEUILwU

 

 

Goodwood Revival 2011 - the Spitfires, bikes, some music and a few cars (5':54") 

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=mpFjGrNxPkA

 

 

10 Spitfire Scramble - Goodwood 2011 (6':56")  

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=0c1kVxQJBYw

 


Sir Stirling Moss- O Mercedes nas Mille Miglia 1955 (2':08")

http://www.youtube.com/watch?v=ft3VOCJnppg





1 comentário:

  1. Grüße! Sehr hilfreiche Beratung in diesem Beitrag! Es sind die kleinen Veränderungen, die die größten Veränderungen bewirken werden. Danke für das Teilen! hotel frankfurt-oder

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